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Chimpanzés Bô e Bella emigram para o Quénia
É praticamente impossível a reintrodução no habitat natural depois de um certo período de convivência com os humanos em cativeiro. Por este fato, a Guiné-Bissau e, por não possuir estruturas capazes de manter chimpanzés em cativeiro, o IBAP, juntamente com os parceiros nacionais e internacionais, iniciou em 2016, um processo de contactos com organismos internacionais que, pudessem orientar-nos sobre as modalidades a adotar para a translocação de primatas não-humanos. Para esse efeito, contatou-se o PASA – Programa Internacional para a Conservação dos Primatas. Assim, na sequência destes demarches, o Santuário de Sweetwaters no Quénia, se disponibilizou para acolher o Bô e a Bella.
Em 2015, o IBAP acolheu na sede do Parque Natural das Lagoas de Cufada em Buba, a Bô, uma chimpanzé, recuperada dos malfeitores durante uma ação de patrulhamento numa área protegida. Em 2016, foi recuperada a Bella, uma outra chimpanzé, que estava sob proteção do Comando da Guarda Nacional de Mampatá-Forea. Bô e Bella, são da espécie Pan troglodytes verus, da África Ocidental, integralmente protegida. Por isso, constam da Lista Vermelha da UICN, com o estatuto de espécie criticamente ameaçada de extinção (o segundo nível mais elevado de ameaças) e do Anexo I da CITES – Convenção Sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção, ratificada pela Guiné-Bissau.
A transferência foi um processo moroso e cuidadosamente preparada como a única solução de recuso encontrada, respeitando todas regras internacionais e as exigências da CITES, da IATA, no qual estão implicadas a Direção-geral das Florestas e Fauna (Ponto Focal da CITES) e a Direção-geral da Pecuária e um laboratório especializado no estrangeiro, a Direção-geral da Alimentação e Veterinária da Região de Lisboa e Vale do Tejo, Portugal e do CIBIO-InBio (Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos, da Universidade do Porto, Portugal) através de uma investigadora pós-doutoral especialista em primatas não-humanos. A Delegação da União Europeia, foi um parceiro fundamental, tendo apoiado nos aspetos técnicos, financeiros e de contacto com as instituições chaves para facilitar a transferência destes animais.
Os custos ligados a esta operação foram suportados por diversos parceiros, à saber, a União Europeia, a ONG Chimbo, Project PEGAS da Ol Pejeta Conservancy e a Fundação Born Free.
A viagem para o Quénia destes dois animais está prevista para o dia 25 de abril do ano em curso
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